O post de hoje irá abordar a construção da relação afetiva em gêmeos, objeto de estudo da Profa. Dra. Maria Elizabeth Barreto Tavares dos Reis, do Departamento de Psicologia e Psicanálise da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Em sua tese de doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), ela se propôs a estudar as relações triangulares em gêmeos, termo da psicanálise que se refere ao triângulo de relação entre filho-mãe-pai. Em sua pesquisa, ela levantou a hipótese de que em gêmeos ocorrem quatro formas de relações afetivas triangulares, além daquelas estabelecidas comumente no triângulo edípico filho-mãe-pai. As hipóteses de relações em gêmeos seriam:
1- pai, mãe e gêmeos (considerando a unidade do par, pois muitas vezes ao serem percebidos em sua individualidade, pais e/ou outros cuidadores referem a eles por "aos gêmeos");
2- gêmeo, cogêmeo e casal parental;
3- gêmeo, cogêmeo e mãe;
4- gêmeo, cogêmeo e pai.
Reis ainda salienta que pode perceber, em outras pesquisas e no atendimento clínico de gêmeos em psicoterapia psicanalítica que, muitas vezes, a ligação entre os cogêmeos do mesmo par é mais intensa (e por vezes com muito mais conflitos) do que nas relações estabelecidas com o casal parental. Também ressalta que a relação afetiva entre os cogêmeos costuma ser mais intensa do que as estabelecidas com outras pessoas do seu convívio.
Se quiser se aprofundar mais nesse assunto, recomendamos que procure o livro derivado dessa tese citada acima:
Reis, M.E.B.T. (2015) Bebês gêmeos: relacionamento afetivo e cuidados parentais. Juruá.
Também recomendamos o seguinte artigo da autora:
Reis, M.E.B.T., Cordeiro, S. N. & Simon, R. (2018) Diagnóstico Adaptativo e Individualização em Gêmeos: Estudo Exploratório. Psicologia Ciência e Profissão, 38, p.142 - 156.
Não deixe de nos contar nos comentários o que achou dessa pesquisa!
Comments