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Por que gêmeos idênticos não têm as mesmas impressões digitais? Pesquisa recente fornece novas infor

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As superfícies irregulares dos dedos melhoram a aderência e são encontradas não só em humanos, mas também em espécies escaladoras, como coalas e chimpanzés. Além disso, elas também nos ajudam a sentir a diferença entre as texturas. Sua importância é bem conhecida e reafirmada pela evolução, mas vocês sabiam que não é possível existir duas impressões digitais idênticas?

Provavelmente você já viu algum filme em que policiais usavam as digitais para rastrear a identidade de alguém, e é justamente por seu caráter totalmente único que isso é possível. Não precisamos ir tão longe. É também por causa das digitais que somente você é capaz de desbloquear seu celular com leitura digital, mesmo que você tenha um irmão(a) gêmeo(a).

Pesquisas anteriores já mostraram que os genes desempenham um papel importante na forma como o padrão complexo de sulcos e saliências nas pontas dos dedos são formados. Mas se existe esse fator genético, por qual razão os gêmeos idênticos não têm impressões digitais também idênticas? Um novo estudo divulgado pela revista Science em 9 de fevereiro de 2023 revela que três famílias de moléculas sinalizadoras - juntamente com pequenas diferenças na forma do dedo e no tempo de crescimento da pele - interagem para criar nossas variações únicas. Roel Nusse, biólogo de Stanford que participou dessa nova pesquisa, afirma que essas pequenas flutuações podem gerar infinitas variações em um padrão. Como explicado no artigo da Science aqui referenciado, as impressões digitais se formam relativamente cedo no desenvolvimento fetal, começando por volta da 13ª semana de gestação com a formação de reentrâncias nas pontas dos dedos chamadas de sulcos primários. Essas cristas desenvolvem-se em três padrões principais: arranjos simétricos e circulares chamados de “turbilhões”; padrões curvos mais longos chamados “loops”; e cristas triangulares conhecidas como “arcos”. Os cientistas identificaram vários genes que influenciam quais são os padrões que resultam na impressão digital de uma pessoa, mas os mecanismos bioquímicos que impulsionam a formação dessas cristas se mostraram ainda indescritíveis.

Para esclarecer esse mistério, Denis Headon, geneticista da Universidade de Edimburgo, juntamente com seus colegas sequenciaram o RNA dentro dos núcleos das células embrionárias humanas na ponta dos dedos para identificar os genes sendo expressos durante o desenvolvimento. Esses genes apontaram para três vias de sinalização diferentes - famílias de proteínas que carregam instruções entre as células - cada uma desempenhando um papel no direcionamento do crescimento da pele nas pontas dos dedos, que trabalham juntas para controlar a formação de sulcos primários.

Outro ponto importante é que a forma geral do padrão da impressão digital – se a impressão digital termina como uma espiral, um laço ou um arco – depende da anatomia do dedo e do momento exato da formação da crista. Nos tecidos embrionários humanos, os pesquisadores descobriram que as cristas primárias começam a se formar em até três locais: o centro da almofada macia levantada do dedo fetal, a ponta do dedo sob a unha e o vinco na articulação onde o dedo se dobra. A partir desses três locais, as cristas se espalham pela ponta do dedo como ondas, cada crista servindo para definir a posição da próxima, explica Headon. Ou seja, a anatomia do dedo ajuda a direcionar o padrão de crescimento celular do dedo.



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